ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-3-2009.

 


Aos quatro dias do mês de março do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. À MESA, foi encaminhado, pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 267/08 (Processo nº 6535/08). Também, foram apregoados Requerimentos de autoria da Vereadora Maristela Maffei, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 038/05 e do Projeto de Lei do Legislativo nº 164/06 (Processos nos 5131/05 e 3695/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 017 e 017/09, do Senhor Ezequiel Sousa do Nascimento, Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego; 038/09, da Vereadora Almira Ribas Garms, Presidenta da Câmara Municipal de Estância Turística de Paraguaçu Paulista – SP –; e 10111574/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente convidou todos para Audiência Pública a ser realizada às dezenove horas de amanhã, neste Plenário, destinada a discutir o Projeto do Executivo que trata sobre a reurbanização da área do Pontal do Estaleiro. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/06, considerando-se rejeitado o Veto Total oposto, por dezenove votos SIM e onze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Engenheiro Comassetto, Sebastião Melo, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Aldacir José Oliboni, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini e Bernardino Vendruscolo e encaminhado à votação pelos Vereadores Engenheiro Comassetto e Bernardino Vendruscolo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal e Não os Vereadores Beto Moesch, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Juliana Brizola, Nelcir Tessaro, Nilo Santos e Tarciso Flecha Negra. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/06, o Vereador Sebastião Melo afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Junko Makuta, representante dos clubes de Porto Alegre no concurso Garota Verão 2009. Em Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 013 e 027/09. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 026/09. Após, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia e prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, o Senhor Presidente comunicou a indicação do Vereador Toni Proença para a Coordenação do Fórum de Entidades e prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos desse evento, tendo-se manifestado a respeito os Vereadores Reginaldo Pujol e Toni Proença. Ainda, o Vereador Beto Moesch manifestou-se relativamente à utilização de copos de vidro no lugar de copos descartáveis nas reuniões da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Às quinze horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às quinze horas e quinze minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei do Legislativo nº 277/08, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Engenheiro Comassetto, Reginaldo Pujol e Beto Moesch, e o Projeto de Resolução nº 002/09. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Waldir Canal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Aldacir José Oliboni. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador João Antonio Dib. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Júlio Garcia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago Duarte. A seguir, os Vereadores Haroldo de Souza e Dr. Thiago Duarte manifestaram-se acerca do tempo utilizado pelo Vereador Dr. Thiago Duarte em seu pronunciamento em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Engenheiro Comassetto. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Mario Manfro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Toni Proença, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, João Pancinha e Airto Ferronato. Após, o Senhor Presidente registrou o transcurso, ontem, do aniversário do Vereador Nilo Santos, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Às dezesseis horas e trinta e oito minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero ratificar o convite já feito e dizer da importância da Audiência Pública que a Casa realizará amanhã, a partir das 19 horas, e quero fazer um apelo para que todos os Vereadores e todas as Vereadoras estejam presentes. Nós já temos uma quantidade enorme de presenças confirmadas. É um debate muito importante para a Cidade; então, nós vamos intercalar a fala dos Srs. Vereadores com a dos representantes das comunidades, vamos garantir a fala de todos os que queiram participar do debate. É importante a presença dos Srs. Vereadores.

Não há nenhuma solicitação de Comunicação de Líder. Ratifico o convite aos Srs. Vereadores para que compareçam ao plenário; e as Lideranças estão preservadas para após a Ordem do Dia. Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu convido o Ver. Adeli Sell para presidir a votação deste Projeto, tendo em vista ser este Presidente um dos autores do Projeto que foi vetado pelo Sr. Prefeito, e, portanto, de acordo com disposição regimental, quando se trata de matéria de autoria da Presidência, o Presidente não preside a votação.

 

(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2615/06 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/06, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo e Maristela Maffei, que altera para 03, no Anexo 1.2 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) – , o código referente ao Regime de Atividades correspondente aos imóveis localizados nas Divisões Territoriais identificadas como Subunidade 1 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 146 da Macrozona (MZ) 3 e Subunidade 1 da UEU 12 da MZ 4.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 04-03-09.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 04-03-09 (quarta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, este Projeto proposto pela Verª Maristela Maffei e pelo Ver. Sebastião Melo é um dos tantos projetos que tramitam por esta Casa que estão inseridos no contexto da Revisão do Plano Diretor. Nós fizemos um acordo, nesta Casa, no sentido de não votar os projetos do Plano Diretor que não estivessem à luz da Revisão. Porém, esta Casa, Ver. Sebastião Melo, tem votado um conjunto de projetos, principalmente projetos de origem do Executivo, que tratam de adequação ao Plano Diretor. E, neste caso específico, a proposta apresentada pelos Vereadores Sebastião Melo e Maristela Maffei muda o Regime Urbanístico ou as atividades de uma determinada região da Cidade, que é região do Partenon, na Av. Bento Gonçalves, logo que passa o Carrefour, que define como regime misto, porque todas as atividades comerciais instaladas naquela região - e aqui eu falo, por exemplo, dos supermercados médios - estão em conflito com o atual Plano Diretor, não conseguem a sua regularização, porque o Plano Diretor não permite. Portanto a ajustes como esse que está sendo proposto, que atacam o problema, quando definem uma nova atividade, eu, particularmente, sou favorável, podemos tratar aqui. Agora, falo isso e digo ao nosso Presidente Ver. Sebastião Melo, que não está presidindo os trabalhos agora, que não podemos tratar aqui os projetos dos colegas Vereadores com dois pesos e duas medidas. Se nós temos um acordo que seria para tratar todos os projetos à luz do Plano Diretor, há alguns outros projetos tramitando, de outros colegas, que nós também teremos o direito - direito sempre tivemos -, num acordo político, de trazê-los para a análise desta Casa, à luz do que estamos fazendo com este Projeto dos Vereadores Sebastião Melo e Maristela Maffei, porque eu lembro, como Líder do Partido, que, no final do ano passado, tínhamos acordado que este era um dos projetos prioritários que seriam votados ainda na Legislatura passada, o que não fizemos.

Eu quero ressaltar, principalmente, o meu reconhecimento da importância deste Projeto, pois ele trata da questão de modificar, no Plano Diretor, o Regime Urbanístico fixado para a região da Av. Bento Gonçalves, naquela área passando o Carrefour, transformando-a numa zona mista, onde pode haver residências e atividades comerciais. E, nesse caso, Verª Fernanda, naquela região, Ver. Ferronato, como em toda a periferia da Cidade, a maioria dos estabelecimentos comerciais são e estão irregulares, com dificuldade de habite-se, com dificuldade de alvará, porque o regime não permite a legalização.

Portanto nós precisamos trabalhar a Cidade como um todo, e aqui faço já uma observação ao Presidente da Comissão, Ver. João Antonio Dib, porque, no Projeto que veio do Executivo, não veio um estudo do restante da Cidade, para adequar o restante da Cidade, qualificando principalmente as pequenas e médias atividades comerciais existentes em Porto Alegre. Esta é uma das muitas falhas que o estudo apresentado pelo Executivo apresenta: não tem uma proposição de adequação do Regime Urbanístico para que possa haver a regularização, e nem falo da regularização fundiária, mas da regularização dos pequenos e médios estabelecimentos comerciais de Porto Alegre.

Declaro a importância desse tema, mesmo estando desfocado do acordo que fizemos, e votarei favoravelmente à proposta do Ver. Sebastião e da Verª Maristela Maffei. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total, de sua autoria.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente Adeli; colegas Vereadores, especialmente a Bancada do PTB, eu quero contribuir com este debate fazendo alguns esclarecimentos: primeiro, a Verª Maristela Maffei me procurou, pedindo uma contribuição técnica na redação deste Projeto. Eu assim determinei ao meu Gabinete, através do Eng. Raul Petersen - que é muito competente nessa área, Presidente Adeli. E o que busca este Projeto, para que os colegas Vereadores, ao deliberar, saibam exatamente ao que ele se propõe? O Plano Diretor de 1979, Ver. Haroldo, estabelecia, por exemplo, a Av. Bento Gonçalves como um corredor de atividades, negócios, comércio, e ele permitia que em até 60 metros das ruas interiores, Ver. Pujol, poderia haver atividades comerciais, Ver. Oliboni – V. Exª é daquela região. O Plano de 1999 manteve o corredor de atividades e negócios na Av. Bento Gonçalves no seu entorno, mas vedou a questão do comércio nos 60 metros.

O que aconteceu ao longo desse tempo? Muitas atividades foram instaladas; portanto, há, de fato, muitos comércios que não estão regularizados. Não é um, não são dois, nem três ou quatro, são vários. Essa demanda chegou à Ver. Maristela Maffei através do Erminio, que hoje é Presidente da Acomac, a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção, até porque aquela região tem várias madeireiras. E nós procedemos, então, essa mudança nas chamadas UEUs.

Fundamentalmente estamos mudando atividades no Plano Diretor. O que diz o Veto do Sr. Prefeito, que foi lastreado pelo embasamento técnico da Secretaria do Planejamento? Diz que o nosso Projeto tem muito mérito, mas diz que nós abrangemos muita área, que nós deveríamos ser mais restritivos, que nós fomos além daquilo que eles entendiam ser possível ir. Pois bem, não vamos fazer disso um fundamentalismo. O Projeto, o qual tive muito orgulho de assinar e construir com a nossa assessoria técnica, na sua concepção, é da Verª Maristela Maffei. Eu conversei com a Secretária, e ela se propôs dizendo: “Olha, nós estamos dispostos a sentar e, quem sabe, fazer um Projeto mais restritivo”. Eu entendo - e tenho toda a tranquilidade de afirmar para os senhores - que o Projeto é bom, mas é um Veto do Sr. Prefeito, e, se ele entendeu e se o corpo técnico está dizendo que pode construir uma alternativa, talvez esse possa ser um caminho. Eu continuo achando que o Projeto não foi abrangente demais, porque, se me permitem um paradigma sobre essa questão, no Plano de 1999, vou sair da Zona Leste, Verª Juliana, e vou para a Zona do Extremo Sul, que é chamada Zona Rururbana - antiga Rural, hoje Rural e Urbana -, lá, por exemplo, são permitidos os pequenos comércios. Nós estamos revisando o Plano Diretor, e eu tenho dito que, entre tantos desafios, não dá para ficar falando só em altura, só em permeabilidade, só em sacada, quando há outros desafiadores temas. E lá, hoje, há supermercados de mil, 1.500, dois mil metros quadrados que não estão regularizados, porque a lei não permite. A Cidade mudou! A regra da Cidade é mista. O que é uma cidade mista? É a permissão do serviço, do negócio, da residência e até da indústria, que hoje não é uma característica forte da Cidade, mas que já foi. Essa é a regra geral do ponto de vista do uso de solo da Cidade e, do ponto de vista específico disso, é porque há alguns comerciantes – para não dizer vários – que se entendem hoje prejudicados! E, aliás, me dizia o Ver. Oliboni, que essa reivindicação vem do antigo Governo dos senhores. Portanto estou falando da Frente Popular, que já não governa a Cidade há quase cinco anos.

Se o entendimento da Casa for de manter o Veto, vamos tentar construir, com a Rosane Zottis - já falei isso para a Maristela -, um Projeto quem sabe mais restritivo, mas que possa ajudar o desenvolvimento da Cidade, porque, efetivamente, esse é o tipo de Projeto que tem esse fito: quer a sustentabilidade, mas não quer prejudicar o cara que tem a madeireira, que tem a oficina, que tem o pequeno negócio, que também são importantes para a Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente, e pela atenção dos Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Sebastião Melo.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; este Projeto, Ver. Ervino, tem dupla autoria: da Verª Maristela Maffei e do Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa. E eu estava ouvindo o pronunciamento do Ver. Comassetto, que fazia uma observação que é bem coerente com relação àquilo que está acontecendo aqui na Casa. Realmente, a Comissão do Plano Diretor vai abarcar para cinco os Projetos que tratam do Plano Diretor. Nós discutimos isso aqui numa das últimas reuniões do Plano Diretor, Verª Juliana Brizola, no sentido de que nós devemos, na Comissão do Plano Diretor, tratar dos Projetos que vão alterar o mesmo. Nós não podemos paralisar aqueles Projetos que são de execução do Plano Diretor, porque senão nós vamos parar com a Cidade. Existem muitos Projetos tramitando aqui na Casa que tratam da execução do Plano Diretor, Ver. Toni Proença; nós podemos rejeitá-los ou aprová-los, mas nós não podemos argumentar que esses Projetos devam voltar para a Comissão do Plano Diretor. Para a Comissão do Plano Diretor devem ir aqueles Projetos que vão alterar a Lei nº 434; os outros não, os outros são de execução. Não somos obrigados a aprovar os Projetos, mas nós devemos analisar os Projetos que são de execução do Plano Diretor, e essa foi uma das coisas que nós tratamos numa das últimas reuniões.

Este Projeto do Ver. Sebastião Melo e da Verª Maristela Maffei trata de legalizar uma situação que já está consolidada. Então, se nós quisermos fazer modificações para transformar aquele ponto do bairro Partenon de acordo com o que manda o Plano Diretor, nós vamos ter que desmanchar um monte de coisas lá naquela região da Av. Bento Gonçalves. Eu acredito que nem esta Administração e nem outras Administrações fariam isso. E não é só naquele ponto da Av. Bento Gonçalves que isso acontece, há outras regiões da Cidade onde existe o mesmo quadro. Eu acho que nós devemos fazer um estudo para que, de uma forma ou de outra, quando não for alguma aberração, alguma coisa que vá realmente desfigurar a Cidade, nós tenhamos condições de legalizar situações, até para que a partir dali haja uma fiscalização tão boa que nós não venhamos a permitir mais que o quadro de ilegalidade possa persistir. O que pretende a legislação que está sendo proposta é fazer com que aquilo que já existe possa permanecer. Como eu sei que a Prefeitura não vai lá para desmanchar, será um absurdo - e eu acho que o Prefeito cometeu um erro quando vetou - que não derrubemos este Veto do Prefeito Municipal para que aquela região possa ficar mais tranquila.

Faço uma sugestão, Vereador-Presidente, porque outras regiões da Cidade também têm o mesmo problema, e são regiões em que tudo já está consolidado: que façamos uma legislação para legalizar aquele quadro existente. Acho que isso deve ser feito por esta Casa, porque essa é a nossa missão. Já que não vamos derrubar, destruir, desmanchar ou desfigurar toda aquela região da Cidade, então vamos tratar de legalizar. E é esse o Projeto do Ver. Sebastião Melo e da Verª Maristela Maffei, por isso mesmo acredito que nós devamos hoje derrubar o Veto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, obviamente eu já tinha conhecimento deste Projeto, porque ele tramitou na Comissão de Constituição e Justiça, e seu Veto foi devidamente avaliado por nós.

A Comissão de Constituição de Justiça, em parecer do Ver. Luiz Braz, se manifesta pela rejeição do Veto, até porque não foi levantado, nas razões oferecidas pelo Sr. Prefeito, nenhum óbice de cunho legal, de natureza jurídica a esta proposição.

Ao que eu ouvi desse debate, duas seriam as causas deste Veto: sua excessiva abrangência e o fato de que seria uma alteração em disposição do Plano Diretor e que essas teriam sido, por uma combinação feita na Casa, reservadas para só ocorrerem durante a revisão. As duas objeções básicas, Ver. Comassetto, fazem-me posicionar favorável ao Projeto e contrário ao Veto, porque eu prefiro que as leis aqui aprovadas sejam abrangentes, beneficiem e se dirijam à comunidade por inteiro, e que não sejam localizadas, com fotografias, destinadas a atender a situações pontuais - acho que as leis têm que ser abrangentes no seu conjunto. De resto, com relação a essa alegação de que estão mexendo no Plano Diretor e de que havia uma combinação de não se mexer no Plano Diretor é preciso que se examine. Eu não estava aqui na Casa, mas bem sei em que circunstância foi feita essa combinação: na circunstância de que se estava na iminência de colocar a reavaliação do Plano, que continha vários projetos que deixaram de ser votados no ano passado e que depois o foram, obviamente pela pressão da sociedade, paulatinamente encaminhados aqui na Casa e objeto de deliberação, grande parte dos quais já sancionados por inteiro, na sua totalidade. Então, esses dois argumentos para mim são insuficientes.

Finalmente, sob o ponto de vista doutrinário, e aí os Vereadores antigos nesta Casa - o Ver. Dib, o Ver. Braz, o Ver. Sebastião, a Bancada do PT - não vão se surpreender com a minha afirmação: eu, tanto quanto possível, quero uma sociedade integrada; não uma sociedade mista, como alguns querem, mas integrada, em que convivam em harmonia – e necessariamente têm que conviver - o serviço, o comércio, a habitação e, quando possível, até mesmo a indústria, essa em determinados parâmetros que as regras estabelecem. No caso - o Ver. Comassetto, não diria anti-regimentalmente, mas a latere do Regimento, me diz -, essa situação, que eu entendo como boa, já existe no local, é o que está sendo regularizado. E não é a primeira regularização que se faz nesta Cidade nessa linha. E outras tantas, disse o Ver. Braz, certamente haverão de ser necessárias e virão a ocorrer. Então, honestamente, não vi nas razões do Veto nenhum motivo forte pelo qual eu pudesse anular essas minhas posições a respeito do tipo de Cidade que imagino e de como as atividades devem ser integradas nas várias regiões de Porto Alegre, evitando-se aquelas áreas ditas puras – entre aspas –, que acabam virando verdadeiros núcleos fantasmas dentro da Cidade, áreas como no Centro de Porto Alegre, em que, durante a noite, não há uma viva alma, porque só existe comércio ali. Em outras áreas, o cidadão tem que sair da sua casa e se deslocar dois, três ou quatro quilômetros à procura de uma farmácia, ou à procura de uma emergência qualquer, porque foi dito, num determinado momento, que aquela era área residencial pura. Sou pela miscigenação, sou pela Cidade integrada, por isso voto com o Projeto, e não com o Veto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Pujol.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, quem não conhece a região leste de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib? É só lembrarmos do Hospital São Pedro, do Sanatório Partenon, do Carrefour, da 3ª Perimetral atravessando a Av. Bento Gonçalves, toda essa região, parte leste, que vai até Viamão, é à essa área que se refere o Projeto de Lei do Ver. Sebastião Melo e da Verª Maristela Maffei. Toda essa região está irregular com relação à atividade comercial - o que o colega Ver. Sebastião Melo falou aqui - até os 60 metros.

O Projeto de Lei não determina só até os 60 metros, ele amplia para toda a região. É como eu dizer aos senhores, colegas Vereadores, que, se eu votar a favor do Veto do Prefeito, eu estaria dizendo que, lá no Morro da Cruz, não pode haver comércio. Ele continua sendo irregular; lá na Vila Vargas, lá na Chácara dos Bombeiros, na Chácara do Primeiro, na lateral, via faixa da Av. Bento Gonçalves, antes aqui da Rua Barão, na 3ª Perimetral, até Viamão seria irregular. Esses Projetos vinculados ao Plano Diretor, para os quais inclusive havia um acordo nesta Casa para serem incluídos na reforma do Plano Diretor que não veio no ano passado, que está previsto para este ano, e não se sabe se vai ser concluído, até então tudo isso está irregular. Por essa razão, com certeza, este Vereador vai votar contra o Veto do Prefeito, para poder dar a possibilidade de esses cidadãos, que geram emprego e renda, sim, regularizarem as suas atividades comerciais, porque o Projeto trata da atividade comercial. Eu queria aqui inclusive fazer um apelo, porque essa demanda é antiga e só não foi feita... O colega Ver. Melo falou aqui sobre a demanda antiga e que podia ser feita na gestão anterior. Poderia ser feita, mas como não houve modificação no Plano Diretor por esta Casa, é que não foi feita, porque proposta e iniciativa daquele Governo anterior para a Casa houve, não houve avanço de modificação, e inclusive a região não quer só a regulamentação da atividade comercial, mas quer discutir, por exemplo, a modificação da altura dos prédios. Não houve um desenvolvimento que procurasse a região. Vamos olhá-la há 20 anos, e olhá-la a partir de agora. Só existiam lá atividades que levavam todo mundo a se referir ao local como “perto da PUC ou da CARRIS”; não havia nem o Carrefour na época. Portanto, era uma região que não era desenvolvida, que agora passou a ser muito ocupada e desenvolvida, mas, infelizmente, o Plano Diretor de Porto Alegre não possibilita o desenvolvimento daquela região. Então, é natural que nós possamos continuar as sinalizações concretas para a viabilidade de desenvolvimento da região, agora, neste momento, dando a possibilidade da regularização do pequeno comércio que a região clama há muito tempo. Por essa razão, com certeza, nós derrubaremos o Veto do Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni.

Para a nossa honra, contamos, neste momento, com a presença da Srta Junko Makuta, representante dos nossos clubes de Porto Alegre, no Garota Verão 2009. É um prazer recebê-la nesta Casa. Espero que, neste final de semana, em Capão da Canoa, Porto Alegre, com sua representação, obtenha a vitória do Garota Verão 2009, no Rio Grande do Sul. É um prazer recebê-la nesta Casa. (Palmas.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, também considero que o Executivo perdeu uma grande oportunidade de reconhecer o trabalho desta Câmara de Vereadores e dos seus Parlamentares ao propor projetos de lei reconhecendo as suas iniciativas, valorizando as suas iniciativas.

Este Projeto é o típico projeto de Vereador, no caso é da Verª Maristela Maffei, que tem inserção na comunidade, como todos nós temos, que conhecem mais determinada Região - aqui se manifestou o Ver. Aldacir Oliboni - e que materializa em uma transformação legal o anseio, a necessidade expressa pela comunidade. Eu estava bem preocupada que essa mudança de regime urbanístico não fosse de outros quesitos do regime urbanístico, como a densidade, as alturas, porque isso, sim, na minha opinião, depende de um estudo técnico que venha do Executivo Municipal, dos órgãos da Prefeitura, dependendo de qual situação, por meio de operação consorciada, mas aqui houve uma mudança apenas do tipo de atividade. Aqui já foi bem falado para resolver, para regularizar, para reconhecer a morfologia instalada naquela Região. Então, não entendo por que o Executivo não reconhece o esforço, o movimento dos Vereadores e sanciona a matéria. Acho que esta Casa deve, em nome deste espaço de Poder, desta legitimidade, derrubar o Veto, porque, neste caso, há muita pertinência, há cuidados e não há implicações ilegais ou não sustentadas por pareceres, por estudos de impacto, ou coisas semelhantes.

Eu sempre tenho a preocupação, no caso de mudanças como essas, que a população seja consultada, que a população seja ouvida. Nós vivemos naquela Região, em um período recente, um conflito muito grande dos interesses da PUC em relação à Vila São Judas Tadeu. E aí, sim, tramitava no Executivo um processo muito sério em que a PUC, em uma contrapartida de uma expansão, no seu plano de expansão, retiraria famílias da Vila São Judas. Essa discussão o Governo não estava fazendo com a comunidade, muito pelo contrário, dava respostas evasivas; foi necessária uma mobilização, inclusive com o fechamento de rua, com Audiências Públicas conflituosas para que o Governo Municipal se posicionasse, respondesse à PUC que aquela contrapartida não era interessante, porque os cidadãos lindeiros, vizinhos, seriam atingidos. Então, por um lado, o Governo, quando é da sua competência fazer exatamente o meio de campo, o gerenciamento das vontades de uma instituição da expansão de empreendimentos em relação ao impacto lindeiro, se omitia, deixava tramitar na surdina e não dava voz, nem vez, nem mediava a relação entre a Vila São Judas e a PUC. Nesse caso, que vem de uma demanda popular, que vem consagrado pela discussão da comunidade, por Vereadores que trabalharam no tema e que têm tudo legitimado e não tem ilegalidade, não tem imoralidade, o Governo entende que ele é o protagonista. Acho que o Governo Fogaça é, no mínimo, contraditório; em relação ao Pontal do Estaleiro deixou tramitar aqui um processo que não deveria ter vindo, que não deveria ser do Legislativo, teve que corrigir posteriormente. Em relação ao espigão da Rua General Lima e Silva - amanhã, na Audiência, os moradores vêm para cá -, o Governo custa, reluta, não aceita fazer o Estudo de Impacto de Vizinhança; os moradores não aceitam o espigão do lado de casas listadas. E o Governo se omite, acionamos o Ministério Público tentando encontrar uma solução para as árvores, que não é a solução dos moradores. Então acho que o Governo deveria interferir, de fato, onde é de sua competência, onde ele está fazendo muita falta para os moradores que estão sendo atingidos, porque não tem Estudo de Impacto de Vizinhança, porque não tem Estudos de Impacto Ambiental, porque o Governo não aplica preservação às Áreas de Interesse Cultural. E neste caso, no caso em que está tudo certinho, o Governo veta! É contraditório, o Governo que se faça presente onde a sociedade está esperando que ele esteja.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; meus colegas de Bancada, Vereadores do PT; demais Vereadores, aqueles que nos assistem no Canal 16 e pela RádioCâmara, a nossa saudação. Eu também venho manifestar a nossa posição, em acordo com as demais opiniões aqui expressas pelos Vereadores de nossa Bancada, ainda que estejamos fora do tempo, porque essa é uma matéria de natureza do Plano Diretor, uma matéria típica do processo que já está em curso; o Projeto em questão, que foi aprovado pela Câmara e agora vem vetado pelo Executivo, merece prosperar, merece ser aprovado. Portanto, nós vamos votar pela derrubada do Veto. E o importante é que essa matéria seja dirimida agora, mas que não venham outras matérias, a não ser no processo do Plano Diretor, com a mesma base, com o mesmo propósito.

Este Projeto pode ser aprovado, porque, na verdade, trata de buscar a regularização de uma situação existente. Não há mudança de regime urbanístico: manutenção das alturas, da volumetria, dos índices, isso não é mexido. O que é mexido é no tipo de atividade. Muda o tipo de atividade, e aquilo já é existente na parte baixa, na parte que compreende a Av. Bento Gonçalves até a Av. Ipiranga, e agora é estendido para a parte superior. Inclusive as alegações do Veto mais uma vez são muito fracas, são muito inconsistentes, porque também é alegado o risco de ocupação de áreas de preservação. Isso está na responsabilidade dos técnicos, dos agentes do Executivo, e eu tenho certeza de que o cumprimento da norma e o enquadramento das normas existentes resolveriam o problema.

Portanto, uma vez que o Projeto está na pauta, que se trata do Veto, que houve toda uma tramitação, e que ele vai ao encontro, sim, de buscar a regularização de uma situação existente, dos comércios, de montante da parte alta da Av. Bento Gonçalves, nós devemos dizer sim ao Projeto, derrubando o Veto, até porque as razões são inconsistentes. Queremos fazer, de maneira contundente, a ressalva: essa matéria deveria ser matéria da Revisão do Plano Diretor, assim como todas as matérias que mexem na estrutura do Regime Urbanístico da Cidade deverão ser matérias do Plano Diretor, pois nós temos um processo, nós temos uma revisão global e assim deve ser tratado em primeiro grau pela Comissão do Plano Diretor e, na continuidade, aqui pela discussão e decisão final pelo Plenário de nossa Câmara. Obrigado pela atenção, e nós assim vamos nos posicionar. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Adeli Sell, presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, evidentemente que não pretendo aqui ficar repetindo o que vários colegas já disseram a respeito do Projeto. Sabe-se, sim, que é uma matéria que deveria ser discutida no Plano Diretor, mas o que precisa ser dito é que este Projeto foi protocolado em 10 de maio de 2006, e naquele momento nós não tínhamos aqui a tramitação do Projeto do Plano Diretor. Então, isso precisa ser dito, sob pena de, de repente, as pessoas que estão nos assistindo ou ouvindo as falas se perguntarem: se é matéria do Plano Diretor, por que não foi discutido no Plano Diretor?

Indiscutivelmente, essa região é uma região que, hoje, carece dessa modificação o mais urgentemente possível, Ver. Brasinha. Sabe-se que naquela região existem comércios de forma até discreta, para não dizer clandestina, em razão das dificuldades, ou da impossibilidade de as pessoas abrirem ali os seus negócios. É impossível nós aguardamos a aprovação do novo Plano Diretor, as alterações agora, Ver. Comassetto; é impossível aceitarmos essa condição em razão de que este Projeto está pronto. Por que vamos aguardar?

Então, nesse sentido, nós, além de concordarmos com a matéria, propomos a derrubada do Veto, porque já é alguma coisa que nós vamos ter alcançado no sentido das demandas da Cidade, por isso vamos votar pela derrubada do Veto, obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo. Encerrada a discussão.

Em votação o PLCL nº 011/06 com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhoras e senhores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores votará pela derrubada do Veto do Exmo Sr. Prefeito. Justifico aqui a razão pela qual nós analisamos, estudamos e votaremos pela derrubada do Veto: estamos em pleno processo de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade de Porto Alegre. Esta Casa recebeu um Projeto de revisão do Executivo Municipal no qual o Executivo Municipal, Ver. Pujol, não elaborou nenhum estudo de adequação dos regimes urbanísticos, principalmente da periferia, para que haja a regularização fundiária, bem como a regularização dos comércios existentes.

No momento em que um Vereador propõe este Projeto – e aí quero fazer um destaque aqui, não é um Vereador de oposição, é o Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa, do PMDB, do mesmo Partido do Prefeito Municipal, junto com a Verª Maristela -, tenta corrigir uma deficiência, uma debilidade do Governo Fogaça, Bo que faz o Governo Fogaça? Recebe o Projeto e o veta, dizendo que não tem acordo. Ele não tem acordo com o trabalho que os Vereadores fazem, nem mesmo com um Vereador do seu Partido, com o Presidente da Casa e, ao mesmo tempo, não se mexe para elaborar um estudo que venha a regularizar não só, Ver. Oliboni, o trecho da Av. Bento Gonçalves, mas poderia ser dito aqui: o comércio do Lami está irregular, o comércio da Restinga está irregular, o comércio da Lomba do Pinheiro está irregular, o comércio da Cavalhada está irregular, o comércio da Ruben Berta está irregular. Por quê? Porque o Plano Diretor não permite, em muitas dessas Regiões, atividades mistas, que é o que se exige para que se tenha a residência, que se tenha o supermercado, para que se tenha a madeireira, para que se tenha o açougue, para que se tenha a livraria, para que se tenha a escolinha, para que se tenha a creche; todas elas precisam ter licença.

Bom, nesse sentido, eu quero aqui, em nome da minha Bancada, trazer sim ao voto de apoio ao Projeto dos Vereadores que aqui consignaram, e, ao mesmo tempo, dizer que essa é uma atitude irresponsável do Prefeito Fogaça de não elaborar estudos, de não mandar para esta Casa; e quando chega um Projeto que é para arrumar a Cidade, para regularizar a Cidade, ele veta. Ainda se fosse de um Vereador de oposição, nós até entenderíamos, porque teria o argumento da questão da disputa política, mas é um Vereador, Presidente da Câmara, do PMDB, do seu mesmo Partido, então, é o “fim da picada” um Prefeito que não faz e não quer deixar que a Câmara trabalhe para regularizar a Cidade. A Cidade se apresenta numa irregularidade, e aqui eu falo, mais uma vez, ao Ver. João Antonio Dib, que é o Presidente da Comissão do Plano Diretor que nós temos que exigir que o Executivo mande para esta Casa o que ele não fez e não mandou: um estudo para fazer a regularização fundiária e a regularização das atividades comerciais e das atividades mistas na cidade de Porto Alegre.

Portanto, a essência do Projeto aqui apresentado é muito boa para a Cidade, sim, senhor! Convido os demais Líderes para derrubarem o Veto do Prefeito e apoiarem o Projeto do Ver. Sebastião Melo e da Verª Maristela Maffei. Um grande abraço a todos e até a derrubada do Veto.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Comassetto.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 011/06 com Veto Total.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Sebastião Melo, evidentemente que já se vislumbra a possibilidade da derrubada do Veto, agora, eu quero dizer ao Ver. Comassetto que, pela sua fala, só faltou chamar o Prefeito Fogaça de incompetente...

 

 O Sr. Engenheiro Comassetto: Eu chamei.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Chamou; pois eu gostaria de dizer que eu concordo com V. Exª O Prefeito é tão “incompetente” que ainda mantém na sua base técnicos do PT que o levam a cometer esses erros. Aí está a incompetência do Prefeito. Falta ele demitir o restante dos técnicos de formação petista que estão lá orientando, fazendo com que chegue a essa conclusão, vindo para esta Casa um Veto de um Projeto altamente técnico, necessário, esperado pela população.

Então, Ver. Engenheiro Comassetto, receba de nossa parte a concordância no seu discurso e na sua fala e vamos levar ao Prefeito Fogaça o seu discurso para reforçar aquilo que nós peemedebistas, petebistas, enfim, demais Partidos da base, temos reivindicado há muito tempo: a troca dos técnicos que levam a cometer esses erros, no caso ao Prefeito José Fogaça.

Ver. Comassetto, eu agradeço por ter me oportunizado esta fala. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação nominal o PLCL nº 011/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 11 votos NÃO. REJEITADO o Veto.

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Adeli Sell pela condução da votação.

 

REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 013/09 – (Proc. Nº 0363/09 – Ver. Dr. Thiago Duarte) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 07 de abril, com a já proposta pelo Ver. João Pancinha, destinada a assinalar o transcurso do 40º aniversário de inauguração do Estádio Beira Rio. (Incluído em 25-02-09.)

REQ. Nº 027/09 – (Proc. Nº 0771/09 – Ver. João Antonio Dib) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 05 de maio, às 17 horas, destinada a assinalar o transcurso do Dia das Mães. (Incluído em 25-02-09.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o bloco dos Requerimentos nº 013/09 e nº 027/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 026/09 – (Proc. Nº 0770/09 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 23 de outubro destinado a assinalar o transcurso da Data Nacional da Hungria. (Incluído em 25-02-09.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 026/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Srs. Vereadores, está encerrada a Ordem do Dia. Vamos passar à Pauta e votaremos no final, pois está sendo aprontado o Parecer. Peço que os Vereadores todos permaneçam, porque temos, para votar, um Parecer conjunto sobre o Regimento da Câmara no que diz respeito ao Plano Diretor e às alterações nas Sessões de quintas-feiras. O Parecer está em fase final e tão logo chegue à Mesa, suspenderemos a Sessão para que a Comissão de Justiça faça o procedimento. Antes, porém, gostaria de comunicar à Casa - e com certeza ele não recebe somente o aplauso da Presidência - que o Ver. Toni Proença foi escolhido pela Mesa Diretora, na reunião de segunda-feira, para ser o coordenador do Fórum das Entidades que vai ser instalado na próxima quarta-feira, às 19 horas, aqui no Plenário Otávio Rocha. A Presidência já está expedindo os convites, e gostaria que os senhores e as nossas relações públicas já remetessem as agendas dos Srs. Vereadores para quarta-feira, às 19 horas, na instalação do Fórum das Entidades.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Para um esclarecimento, Sr. Presidente: a instalação do Fórum não pressupõe que antes tenham que ser inscritas as entidades que vão integrá-lo?

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, Ver. Pujol, a Resolução diz que após a instalação, as entidades têm até sete dias, e inclusive a Presidência está determinando a publicação de um edital que vai pela Internet, correspondência, para que seja o mais público possível. Sairá na sexta-feira.

 

O SR. TONI PROENÇA: Como as inscrições são abertas a todas as entidades de Porto Alegre, gostaria de pedir aos colegas Vereadores e às colegas Vereadoras que encaminhassem ao Cerimonial as suas sugestões para que sejam convidadas algumas entidades que por acaso não estejam na nossa relação. Obrigado.

 

O SR. BETO MOESCH: Quero fazer um registro, Sr. Presidente, pois, ontem, em nossa Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo Ver. Todeschini e composta pelos Vereadores Dr. Thiago, Aldacir Oliboni e Mario Manfro, ficamos muito satisfeitos e queremos parabenizar e agradecer à Mesa porque o café e a água foram servidos em copo de vidro, o que é um exemplo. Pode parecer algo simples, e é, mas de grandeza por parte desta Casa. Parabéns, a Mesa merece este registro pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente: Ver. Todeschini, Ver. Oliboni, Ver. Thiago e Ver. Manfro.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado.

Neste momento, tendo chegado o Parecer Conjunto das Comissões, cuja Relatora é a Verª Maria Celeste, eu convido o Vice-Presidente da Comissão de Justiça - tendo em vista o Ver. Valter estar em representação em Brasília -, Ver. Luiz Braz, para presidir os trabalhos da Reunião Conjunta das Comissões.

Suspendo a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h03min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h15min): Está reaberta a Sessão. Ver. Adeli Sell, por gentileza, reassuma a presidência. Eu convido para que me acompanhem à sala da Presidência a Verª Maria Celeste e o Ver. Luiz Braz, representando o conjunto do Plenário, para deliberarmos sobre um assunto imediatamente.

Como o Ver. Adeli Sell, 1º Vice-Presidente, é o primeiro inscrito para discutir a Pauta, por favor, Ver. Toni Proença, solicito que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6726/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 277/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que institui o Salão Náutico do Mercosul, evento a ser realizado anualmente, no período compreendido entre a última semana de novembro e a primeira semana de dezembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 0687/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/09, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor Alcibio Mesquita Bibo Nunes.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Obrigado, Ver. Toni Proença. Colegas Vereadoras e Vereadores, quero discutir o Projeto de Lei do colega Beto Moesch, que institui o Salão Náutico do Mercosul, evento a ser realizado anualmente, no período compreendido entre a última semana de novembro e a primeira semana de dezembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre. Já houve essa atividade em Porto Alegre, é da iniciativa privada, evidentemente, e o Poder Público disponibiliza o local, aqui no chamado Núcleo 5 da orla – um pouco antes do Anfiteatro Pôr-do-Sol -, um lugar bastante adequado para esse tipo de atividade, inclusive que deveria ser melhor utilizado em outros momentos. É uma coisa inconcebível que Porto Alegre, tendo as águas que nós temos, Ver. Pujol, continue, teime em ficar de costas para o rio. É verdade que o grosso das atividades e esportes náuticos, como possuir barco, constitui-se em atividades relativamente caras, mas temos experiências exitosas de marinas públicas, inclusive do Poder Público incentivando escolas, como é o caso de Barcelona.

Eu acho que o Salão Náutico pode ser um bom momento de voltarmos a, sistematicamente, intervir e trabalhar com a questão do turismo náutico. É inconcebível ficar de costas para o rio, Ver. Tessaro! É inconcebível! É verdade que nós temos carências habitacionais, mas uma cidade é múltipla: tem quem possa utilizar o rio. Em Barcelona, numa parceria com a Federação Náutica da Cataluña, o Poder Público não gasta nada, e os pobres, as crianças das escolas públicas inscritas, têm curso de graça. Pode dali sair um grande velejador. E as senhoras e os senhores sabem que, inclusive, isso pode incentivar o trabalho, porque esse tipo de atividade gera muito emprego, é só ir aos clubes náuticos, infelizmente com exceção de um ou dois, que são totalmente fechados. Deveria ser diferente, e um dia será diferente. Porto Alegre, um dia também, Ver. Nilo Santos, deixará de estar de costas para o rio.

O Ver. Dib, que me ouve com atenção, já foi Prefeito, sabe que nós temos uma cultura enviesada. V. Exª não conseguiu, outros Prefeitos não conseguiram mudar essa cultura, mas eu sei que V. Exª há de concordar comigo que nós temos que teimar; eu sei que V. Exª, quando defende tese, é da mesma opinião: “bater na tecla”, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. E nós temos que convencer as pessoas, a começar pelo Poder Público, a incentivar essa atividade; convencer os clubes náuticos a se abrirem, a oferecerem inscrições para meninos e meninas das regiões periféricas para que possam aprender a velejar e a navegar. Temos que seguir o exemplo de Barcelona, inclusive, Ver. João Dib - V. Exª vai conduzir os trabalhos da Comissão que irá trabalhar na revisão do Plano Diretor -, nós vamos discutir elementos que temos que trazer de exemplos de outras cidades. Se Rosário, na Argentina, é uma cidade que está na linha que eu falo do “Pinta Porto Alegre”, se embeleza; Barcelona soube descobrir o que são as águas do seu entorno, soube descobrir como aproveitar as Olimpíadas que lá houve, e assim por diante.

Ver. Marcello Chiodo, nós, um dia, deixaremos de estar de costas para o lago Guaíba. E assim como nós temos abertura para música nativista e também temos abertura para o funk, Ver. DJ Cássia, nós temos que aprender a cultura das águas. Temos as águas aqui, mas negamos a sua cultura. Vamos mudar, por isso apoiamos a proposta do Salão Náutico. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Adeli Sell. Convido o Ver. Adeli Sell a reassumir a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, quero me referir ao Projeto de autoria do Ver. Beto Moesch que institui o Salão Náutico do Mercosul, evento esse que já é realizado anualmente na cidade de Porto Alegre. A proposição que traz o Vereador a esta Casa aponta que a intenção é garantir à população o acesso ao lazer e ao esporte, promover o acesso e a integração da população com a orla do Guaíba, promover a integração náutica com o Prata, ou seja, com o Uruguai e a Argentina. É uma bela proposição, Ver. Beto Moesch, tem o meu apoio e o da minha Bancada, para que políticas como essas se implantem e se implementem. Porém, Ver. Beto Moesch, eu quero dialogar com V. Exª e fazer um debate aqui. V. Exª é da base do Governo Fogaça, foi Secretário do Meio Ambiente, teve a oportunidade de desenvolver uma política de acesso à orla. Nós aprovamos aqui nesta Casa, no Plano Plurianual, que fosse desenvolvida uma das políticas de acessibilidade ao lago do Guaíba e que pudessem ser construídos equipamentos náuticos na Orla. Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª não estava aqui conosco na legislatura passada, estava lá na Assembléia Legislativa, nós propusemos e aprovamos dinheiro no Orçamento para fazer os estudos para um equipamento em Ipanema e em Belém Novo, trapiche ou estudo de marina; inclusive em Belém Novo já há um estudo executado de uma marina, o dinheiro caducou no Orçamento do Município e não foi utilizado.

Portanto, fraternalmente, Ver. Beto Moesch, faço esta crítica, porque V. Exª teve uma oportunidade quando no Executivo para que em temas como este nós pudéssemos ter avançado. E o Governo não avançou. Inclusive, hoje Porto Alegre ainda continua, e isso vem ao longo da sua história – é claro que não é uma questão de hoje – de costas para o lago do Guaíba!

O Ver. Adeli se referia à cidade de Rosário, na Argentina, ou à Barcelona, mas basta irmos a Buenos Aires ou a Delta do Tigre, para aqueles que conhecem, para verificar-se o trânsito de embarcações de todos os tipos, desde canoagem até barcos de passeio, Ver. Tessaro, que, de dez em dez minutos saem numa linha ao longo do Delta, com pontos de parada.

Imaginemos nós, aqui, se o Executivo tivesse aceitado o trabalho que esta Câmara fez na Gestão passada do Fogaça e construído o trapiche na Praia de Ipanema, no Lami: os barcos de passeio poderiam sair aqui do Centro e parar em Ipanema, em Belém Novo, no Lami e ir até Itapuã. Lá na Praia das Pombas, em Itapuã, já tem trapiche. Poderiam fazer isso diariamente, e – por que não? – sendo usado também para o transporte da população.

E falando em transporte da população, creio que a Governadora Yeda engavetou o Projeto da travessia. É falado que foi dito que a inauguração seria no Governo Rigotto, já foi anunciado várias vezes pela Governadora Yeda que iria inaugurar o processo da travessia náutica Porto Alegre-Guaíba, e não sai nunca do papel. Portanto, registro, novamente, que tem o nosso apoio a proposição do Ver. Beto Moesch de instituir o Salão Náutico, mas, fraternalmente, tenho que registrar que o Vereador, quando esteve como Secretário do Meio Ambiente, no Executivo, perdeu uma grande oportunidade de não só fazer leis, mas de executar e de fazer que essa política ambiental de integração do lago do Guaíba pudesse avançar; inclusive uma política de licenciamento de equipamentos públicos na orla que pudesse dar essa sustentabilidade que o nobre Vereador propõe. Muito obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto de autoria do Ver. Beto Moesch, que institui o Salão Náutico do Mercosul, evento a ser realizado anualmente no período compreendido entre a última semana de novembro e a primeira semana de dezembro, e que passará a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, seguramente vai ensejar um belo debate nesta Casa. Os objetivos do Salão, arrolados no art. 2°, são os mais relevantes possíveis, quando não ambiciosos, Ver. João Dib: propõe-se, com o Salão, incrementar a navegabilidade entre o Rio Grande do Sul e os países vizinhos, da Bacia do Prata, e apoiar o processo de revitalização da orla do lago Guaíba e em toda a sua extensão dentro do território do Município de Porto Alegre.

São objetivos dignos dos maiores e mais amplos aplausos. Agora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vejo uma certa dessintonia entre o Projeto e a Exposição de Motivos, porque enquanto um diz que o Salão Náutico já se realiza em Porto Alegre, o outro institui. O que é instituído é algo a ser realizado; aliás, a própria redação leva a esse sentido. Honestamente, Sr. Presidente, eu não sei se a instituição do Salão Náutico do Mercosul, via de lei, terá o condão de estabelecer a realização de todas essas ambiciosas proposições contidas nos objetivos do Projeto. Por isso, digo que nessa matéria, que está hoje em primeira discussão, nós teremos oportunidade de avançar, de discuti-la amplamente, e depois, Ver. Adeli - V. Exª, que empolgadamente já apoiou o Projeto nas Comissões -, teremos que promover alguns ajustamentos neste Projeto, porque a própria expressão “instituir” nos leva à necessidade de alguns complementos. Por exemplo, institui, mas quem realiza? Onde realiza? Como realiza? Para quem realiza? São detalhamentos que, quando se institui alguma coisa, tem-se que instituir onde, para quê e quando. Nós aqui temos uma referência, na Exposição de Motivos, de que já existe, em Porto Alegre, esse Salão Náutico do Mercosul, e que ele se realiza nas proximidades do Anfiteatro Pôr-do-Sol; não diz quem realiza.

Será que temos o condão de estabelecer, para quem vem fazendo esse Salão do Mercosul, regras a que eles não estarão rigorosamente obrigados a se submeter? Não. Acho que é brilhante o Projeto, os objetivos são maravilhosos, quero contribuir com ele, acho que é uma idéia que não pode ser prejudicada, mas precisa, indiscutivelmente, ser bem aprimorada, para que ela não acabe se invalidando por si mesma, conflitando nos seus objetivos, que, como eu já disse e repito, enfatizando: são os melhores, os mais amplos, os mais altivos e os mais louváveis.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Pujol.

O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria, inicialmente, de manifestar minhas condolências aos familiares das pessoas mortas, hoje de manhã, num acidente de trânsito. Eram pessoas que vinham de Sobradinho para Porto Alegre para tratamento médico. O acidente envolveu um caminhão-baú e um microônibus, e ocorreu às 5h30min. Infelizmente, tivemos o óbito de pessoas idosas e crianças. Em nome do meu Partido, o PRB, manifesto nossas condolências aos familiares desses vitimados, e também ao Prefeito de Sobradinho.

Gostaria de registrar que o Procon de Porto Alegre, nesta data, está completando um ano de atividade. Acho importante falar sobre o Procon, órgão porque exerce um papel fundamental de informação, de educação e de assessoramento para os consumidores. Além de promover a política municipal de proteção e defesa dos direitos dos consumidores, o Procon visa a harmonização das relações de consumo entre fornecedores e consumidores. Então, é importante chamar a atenção para essa prestação de serviço que existe por parte do Procon, no momento em que existem tantas pessoas sendo enganadas, ludibriadas; em que existem tantas pessoas que não sabem buscar os seus direitos. E por mais que haja mídia, por mais que haja reportagens relatando e até mesmo orientando, há a necessidade de existir um ponto de referência, um local onde as pessoas possam, pelo menos, saber dos seus direitos e alcançá-los. O Procon de Porto Alegre presta esse serviço, com um alto índice de aproveitamento das pessoas que o procuram.

Quero registrar que Bancada do PDT também manifesta solidariedade às famílias, lá de Sobradinho, que tiveram seus familiares vitimados em um acidente, ao virem para Porto Alegre para atendimento médico.

Eu estive visitando, no final de semana, alguns bairros da Cidade, como o Passo das Pedras, Leopoldina, Sarandi; estive conversando com a comunidade do bairro Jardins, conhecendo-a e ouvindo os problemas daquela comunidade. E de todas as reivindicações que recebi, as preocupações das pessoas com as quais conversei, encaminhei-as ao Sr. Prefeito, como Pedido de Providências; são vários os problemas que as pessoas ali estão enfrentando: problemas de pavimentação, de atraso devido à escassez de linhas de ônibus, há pouca prestação de serviços nessa área. Então, como prestação de contas, quero dizer à comunidade que foram levadas as suas solicitações ao Sr. Prefeito por meio de um Pedido de Providências que encaminhei, principalmente para as áreas do Sarandi, do Rubem Berta, do Mário Quintana, do Coqueiros, enfim, onde estivemos visitando. Estarei levando outras reivindicações que colherei nas visitas que farei a outros bairros e as encaminharei à Administração Municipal, e estarei fiscalizando, cobrando, no sentido de que haja a efetiva prestação de serviços por parte do Poder Público. Estas seriam as minhas palavras, e em nome da Bancada do PRB, agradeço. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, há muito tempo que não se ouvia falar sobre o descaso da Saúde Pública; mas, nos últimos dias, nós procuramos enfocar detalhadamente a questão aqui, neste Plenário.

E veja só, Ver. Besson, o descaso do Governo do Estado com relação à Saúde: o acidente ocorrido com esse microônibus que trazia os cidadãos e as cidadãs de Sobradinho para consultarem em Porto Alegre demonstra, claramente, o descaso dos Governos, principalmente do Estado, com a Saúde Pública. Lembro-me muito bem, no passado, quando o meu grande companheiro Olívia Dutra investia mais de 10% do Orçamento do Estado em Saúde Pública. Logo adiante, veio o Governo Rigotto, que disse em sua campanha que iria construir um posto de saúde a cada quilômetro - não podemos nos esquecer disso! Um posto de saúde a cada quilômetro! Essa foi a bandeira do Governo Rigotto, candidato eleito Governador, e que agora diz que quer ser Governador ou Senador novamente.

O Governo Yeda agora dá uma demonstração clara que, de fato, com o Secretário de Saúde do PMDB, Osmar Terra, também não priorizou a Saúde que disse que priorizaria. Lamentavelmente, estão acontecendo esses acidentes, Ver. Dr. Thiago, como aconteceu nesta madrugada, lá em Venâncio Aires. Um microônibus que trazia cidadãos e cidadãs para Porto Alegre, por falta de condições de atendimento nas regiões - e por isso a importância de se regionalizar o serviço da Saúde -, tinham que vir a Porto Alegre para uma consulta com especialista, ou, até mesmo, um exame, e vêm a falecer buscando atendimento à Saúde. Esse é o verdadeiro descaso da Saúde, o verdadeiro compromisso ou descompromisso que o Governo tem com relação à Saúde pública.

Por essa razão a Bancada do PT vem aqui denunciar a falta de atitude, a falta de compromisso, a falta de compreensão que tem para com os hospitais dos Municípios de Sananduva, de Tapejara, de Passo Fundo, de Machadinho, de Venâncio Aires, seja onde for! Tem que haver, no mínimo, um atendimento público decente em convênio às prefeituras! Independente de Partido, tem que haver o aporte financeiro para poder fazer o gerenciamento e fazer funcionar o preventivo, no mínimo, naquela Região. Pois, por falta desse preventivo, por falta dessas condições mínimas, esse cidadão tem que se deslocar, e, mais do que isso, se deslocar com a interferência de alguns Deputados, que não trabalham em defesa do serviço público, mas trabalham com assistencialismo. Quero dizer que eles é que conseguem a consulta em Porto Alegre, e fazem o serviço de “ambulancioterapia”, do “onibusterapia”, e é por isso que Porto Alegre recebe mais de cinquenta ônibus a cada dia. É só ficar aqui na entrada da Cidade, ali no Laçador, que os senhores e as senhoras vão verificar o quanto de cidadãos e cidadãs que vêm a Porto Alegre para buscar o atendimento médico, que deveria ser prestado na sua Região. Pois o descaso da Saúde pública, Ver. João Antonio Dib, é tão grande que o Governo que V. Exª apóia, que é o Governo Yeda, está cometendo essas barbaridades, querendo trazer para Capital os cidadãos que acabam perdendo suas vidas no meio do caminho.

Aqui em Porto Alegre não é muito diferente disso, não! Os cidadãos, Dr. Thiago, e V. Exª, que é médico, sabe disso, estão madrugando para conseguir uma consulta! Continua isso há muito tempo, diziam que era na gestão do PT. O PT modernizou, continua modernizando, mas o atual Governo Fogaça, que assumiu esse serviço, não o ampliou. Continuam os 140, 150 serviços em saúde, e não houve ampliação; não houve ampliação do atendimento médico. Tanto nós sabemos que para a Campanha foi prometida a Central de Especialidades; e o que existe, e muito precariamente, é o atendimento odontológico, porque nem todas as unidades de saúde têm atendimento odontológico.

O descaso do Governo do Estado em relação à Saúde é tão grande que merece o repúdio ao Governo Yeda, como foi o repúdio ao Governo Rigotto, que queria um posto de saúde a cada quilômetro, mas não fez nem um, nem a cem quilômetros! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a saúde vai mal no País. Não, não vai mal; vai muito mal! Tão mal que o PT precisa aproveitar um acidente lamentável, profundamente lamentável, em que oito pessoas perderam a vida, para usar o tempo de Liderança. Devia usar o tempo de Liderança para solicitar que o Governo, que eu não apóio, regulamente a Emenda Constitucional nº 29, que durante todo ano passado o Governo Lula impediu que fosse votada.

Agora, os ônibus ou as “ambulancioterapias” não são de hoje que acontecem, já aconteciam com o seu Olívio Dutra, que nunca aplicou 10%! Nenhum Governo do Estado aplicou 10% na Saúde, nenhum! E o Governo Federal que sabe que a Lei que vai regulamentar a Emenda nº 29 teria que dar 10% da sua arrecadação para a Saúde, durante todo o ano passado, todo o ano, foi levando, foi levando e ficou para depois da eleição! Este ano nem começaram a falar no assunto! Esses é que são os responsáveis, porque os Municípios estão sufocados, os Estados estão sufocados; agora, no Governo Federal está sobrando dinheiro, e usando muito mal o dinheiro; ele trata de não criar impostos, taxas, contribuições, porque isso não tem que dividir com os Municípios. Então os Municípios recebem menos.

Agora, não falem da Saúde. Não falem! Porque o culpado está lá no Governo Federal, chama-se Luiz Inácio Lula da Silva!

Eu tenho aqui um quadro, eu já disse, quero que alguém conteste, não é só me dizer que ele manda dinheiro, não. Está mandando menos do que mandou Fernando Henrique, chegando ao cúmulo de, no ano de 2003, mandar menos, em números absolutos; 2004, menos em números absolutos; 2005, menos em números absolutos; 2006, menos em números absolutos; aí ele mandou, em 2007, igual à previsão orçamentária, igual ao que Fernando Henrique mandou, em números absolutos, em 2002. Só que ele mandou 336 milhões, que, corrigidos pela inflação, tinha de ter mandado 440 milhões. Isso faz diferença, sim! E o Dr. Lula já fez até suplementação em cima da verba da Saúde; e ele queria a CPMF, porque o Governo não arrecadava, tendo um superávit de 160 bilhões de reais. O País é mal dirigido, ou os recursos são mal usados. E vêm aqui falar da Saúde? Mas o Governo Federal tinha que dar 10% da sua arrecadação para a Saúde e não dá 4%! E não deixa votar no Congresso Nacional, onde quem manda é o Lula!

Amanhã eu tenho tempo no Grande Expediente e vou falar sobre o Congresso Nacional parar ver que belezas nós temos nos representando lá; e por isso a Saúde vai mal!

Agora, o Ver. Aldacir Oliboni diz que é quem mais entende de hospital aqui dentro da Câmara, e vem falar de “ambulancioterapia”, pelo amor de Deus! O que é isso? Ele sabe que isso existe há anos, anos, muitos anos; não começou ontem, não começou hoje, não foi anteontem! Isso ocorre há anos! Na Santa Casa, sempre; hoje não eram microônibus, mas ônibus estavam estacionados lá, pela manhã; ônibus, vans, automóveis, ambulâncias, que vêm tudo do Interior do Estado; e mais, vem lá da sua terra, Ver. Adeli Sell: vêm lá de Santa Catarina! Também vêm aqui para o Hospital de Clínicas. A “ambulancioterapia” é muito grande, mas se o Dr. Lula desse 10% da arrecadação, como deveriam ser, as coisas melhorariam muito mais, melhorariam muito mais!

Então, não adianta querer culpar a Governadora Yeda, ela não inventou o Rio Grande do Sul; ela governa o Rio Grande do Sul com as dificuldades que encontrou. O Governo Federal não ajuda; e, com a dívida que o Dr. Olívio deixou para o Estado pagar, fica tudo muito difícil.

Ver. Aldacir Oliboni, V. Exª sabe que o respeito em matéria de Saúde, mas hoje sou obrigado a contrariá-lo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Paz, Ver. João Dib. Queria anunciar a presença do Bacharel Júlio Garcia, militante do nosso Partido, dirigente em Canoas; é um prazer recebê-lo nesta tarde aqui.

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Caro Ver. Adeli Sell, ilustres colegas Vereadores e Vereadoras, caro público que nos assiste pelo Canal 16, vou voltar a falar da Saúde em Porto Alegre: é preciso que coloquemos a coisas no seu devido lugar. A realidade era dramática nas Unidades de Saúde, os PSFs, em 2005. Milhares de pessoas esperavam por uma consulta especializada, graças à criação da “central de desmarcação de consultas”, pela gestão anterior. Como disse aqui o Ver. Raul, na Sessão anterior, muitas unidades iniciaram o processo da Central de Marcação de Consultas sem a mínima condição; as pessoas, os profissionais eram compelidos a fazer essa marcação, que é via telefone, no orelhão em frente ao posto de saúde. Ideologicamente, as marcações de consultas foram descentralizadas com o claro objetivo de descentralizar o problema que passou a ser do posto de saúde e não da Secretária ou da sede da Secretaria da Saúde.

Que coragem, naquele momento, admitir a existência da lista de espera, não sonegá-la e enfrentá-la! Foi assim que nasceu o mutirão das cirurgias, o primeiro mutirão feito pelo Dr. Pedro Gus. Esse mutirão se estendeu; num segundo momento, tivemos um mutirão de consultas especializadas, e se observou que realmente o grande problema era o diagnóstico dessas patologias. A Gestão Fogaça também não foi a que se importou com quem fez ou não fez o concurso; efetivamente foi a que chamou mais médicos na história do Município; foram 132 médicos; poderia ter esperado caducar o concurso, mas não o fez. Enfim, chamou os médicos. Agora, sim, existe um concurso de enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem em fase final de conclusão, e já vão ser chamados. O chamamento desses profissionais é fundamental para que sejam conduzidos às vagas dos profissionais que estão se aposentando, principalmente federais e estaduais.

Os acidentes não dependem dos Partidos, e é fundamental, como bem disse aqui o Ver. Dib, que a gente não utilize esse fato trágico, enfim, para alicerçar as nossas teses, mas é fundamental que seja revisto todo o processo e, principalmente, esse processo de construção das consultas especializadas e das marcações especializadas, e, para isso é fundamental que se descentralize o sistema para que realmente se possa atender melhor a população.

Então é isso. Eu acho que é fundamental também que se veja o legado dessas situações, pois é a partir desse legado que a gente observa um conjunto de erros que, felizmente, agora, começaram a ser corrigidos, e, certamente, a população de Porto Alegre tem o reconhecimento dessas ações de Saúde, mas precisamos avançar em muitos pontos, e certamente estamos no caminho certo. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Saúde, Vereador.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu gostaria de comunicar que o Ver. Thiago não falou em nome do Governo, porque não houve autorização nem da Liderança e nem do Vice-Líder para que ele falasse em nome do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu já chamei aqui o Vice-Líder do Governo; peço que as Bancadas de situação não façam o que acabou de ser feito, porque, toda a vez que pedem aqui para falar em Liderança de situação ou de oposição, eu tenho, por princípio, presumir que está combinado tanto na situação quanto na oposição.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Então, se não falo em nome do Governo, falo em nome do PDT, da Liderança do PDT, Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Já deveria ter feito isso.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Já faço a transposição; portanto fica livre a Liderança de Governo para que o seu Vice-Líder possa usar, se quiser.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Verª Maria Celeste, que até agora estava em reunião da Mesa, estamos agora no período de Pauta, eu não iria usar a Pauta, porque o assunto é, Ver. Haroldo, um tema importante, mas muito simples, que é o Calendário Oficial. Como o Ver. Engenheiro Comassetto veio à tribuna e fez uma provocação, nós temos, então, que usar a tribuna para isso.

Ver. Pujol, que está sempre interessado em todos os Projetos de Lei desta Casa, o que é uma marca de Vossa Excelência, eu quero dizer que nós estamos propondo, Ver. Comassetto, para o Calendário Oficial, colocar no calendário da Cidade o Salão Náutico Mercosul, porque ele já é uma realidade. Portanto dizer que nunca foi feito nada na orla é a mesma coisa que eu não reconhecer - mas reconheço - que, na Administração do Partido dos Trabalhadores, foi feita muita coisa na orla. Eu reconheço isso, por exemplo, na Administração de V. Exas, Ver. Comassetto, houve a retirada dos bares de Ipanema. Coube à nossa Administração retirar o último, e retiramos, mas a ação foi iniciada por vocês, eu reconheço isso. Houve também a feitura do Calçadão do Lami, do Calçadão de Ipanema, mas que nós mantivemos. Só na nossa gestão, nós colocamos mais de cem churrasqueiras no Lami para evitar incêndios que lá ocorriam, mas reconheço que foi uma continuidade de obras feitas na Administração do Partido dos Trabalhadores, Ver. Pedro Ruas. Porque, se a gente ficar jogando politicamente que uma Administração não fez nada, e a outra fez muito, é desrespeitar a população. A população está cansada desse jogo. O problema aqui não é quem fez mais ou quem fez menos com relação à orla. Eu entendo que, de um tempo para cá, todas as administrações têm feito o possível. O problema é cultural. Durante muitos anos, a Cidade deu as costas ao Guaíba, fazendo com que as administrações daquele período também não dessem importância à orla. E hoje dão importância, porque, culturalmente, a sociedade - que bom que seja assim - quer e está se voltando novamente para o Guaíba.

Por isso é que nós testamos e autorizamos o 1º Salão Náutico Mercosul, em dezembro de 2007. E foi um sucesso total, Ver. Pedro Ruas, porque é um empreendimento provisório, de uma semana, não há execução física e há contrapartidas e compensações à própria orla, após e durante o evento. Devido ao sucesso, foi realizado o 2º Salão Náutico Mercosul, com a participação do Brasil e de nossos países vizinhos. E, por isso, em conjunto - e não foi uma iniciativa somente minha -, a própria Prefeitura, a Câmara de Vereadores, os empreendedores e a sociedade entenderam que isso deveria entrar para o Calendário Oficial. E já está programado o 3º Salão Náutico Mercosul. Então, nós temos que entender isso.

Outra coisa: a SMAM não executa, com exceção de praças e parques; ela fiscaliza. Portanto, foi feita, sim, muita coisa na Administração de Vossas Excelências - dei exemplos -; e muita coisa continua sendo feita. Outro exemplo é ali entre o Gasômetro e o Anfiteatro Pôr-do-Sol. Há uma continuidade e muito tem se feito em várias administrações, nos 72 quilômetros de orla. E o Salão Náutico Mercosul é apenas mais um exemplo, porque a sociedade assim quer, e que bom que seja assim.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, quero cumprimentá-lo pela iniciativa, assim como fiz, há pouco, na tribuna, e fraternalmente reafirmar aqui a crítica que fiz não a Vossa Excelência, mas à Administração da qual V. Exª foi Secretário, inclusive porque nós evoluímos muito pouco nos últimos anos, especialmente na última gestão, no que diz respeito à orla e à acessibilidade ao lago. É disso que nós estamos tratando. E nós aprovamos aqui e colocamos dinheiro no Orçamento para fazer alguns equipamentos de interesse público e de utilização pública em Ipanema e Belém Novo, mas o dinheiro caducou no Orçamento e não foi utilizado, e V. Exª estava lá no Executivo. Portanto, esta é a crítica que faço a V. Exª, para que não percamos oportunidades que venham no futuro.

 

O SR. BETO MOESCH: Perfeito. Sempre fui favorável, como Vereador ou no Executivo, a mais verba orçamentária para a gestão pública ambiental.

Encerro, Vereador-Presidente Adeli Sell, dizendo que continua sendo insuficiente o que vem sendo feito na orla, mas tem sido feito.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Beto Moesch.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem, quero tratar aqui de um tema, que é a análise das medidas que o Governo do Estado anunciou - e anuncia - para combater a crise. E, neste momento, a Governadora Yeda faz um estardalhaço, transmitindo para a população uma falsa postura, uma falsa imagem do desempenho supereficiente do seu Governo, anunciando a transferência de uma parte do superávit de 138 milhões para os salários da segurança. É justo transferir para os salários de todos os trabalhadores públicos, sejam eles da segurança, da educação, da saúde, mas temos que fazer a análise completa - e a Governadora deveria fazê-la - do porquê, Ver. Pujol, desse superávit. Ela teria que dizer que o “equilíbrio” das finanças atingido em 2008 foi basicamente através de cortes nos serviços públicos, e nos serviços públicos essenciais como a Saúde e a Educação, por exemplo. A Constituição do Rio Grande do Sul diz que deve ser investido, gasto, na Educação, 35% do Orçamento ou da Receita. O Governo da Exma Srª Governadora Yeda destinou quanto para a Educação, em 2008? Vinte e cinco por cento; portanto 10% a menos do que a Constituição determina! Não foram destinados nada mais, nada menos do que 700 milhões; menos 700 milhões na Educação.

E aí nos vamos pegar o saneamento: na Corsan, foi investido, Ver. Pedro Ruas, a menos do que deveria ter sido investido. Teve um corte de 700 milhões de investimentos no saneamento no Rio Grande do Sul! Se nós pegarmos a Educação, que também tem uma determinação de 32% como percentual a ser investido, a Governadora Yeda deveria ter gastado em torno de 911 milhões no ensino. Se ela tivesse feito isso, ela estaria com um déficit de 470 milhões. Portanto não existe superávit no Governo do Estado. Há poucos minutos aqui, em nome da Liderança de oposição, o Ver. Aldacir Oliboni referia que o acidente aconteceu – infelizmente, infelizmente envolvendo vidas humanas! - porque continua a política da “ambulancioterapia”. E o Município de Porto Alegre tem que sustentar essa política, porque o Governo do Estado deve para Porto Alegre na Saúde – Dr. Thiago, e V. Exª tem que vir aqui dizer isso – 40 milhões, só para os cofres do Município de Porto Alegre; e não os repassa. Essa é a realidade, o Governo da arrogância da Governadora Yeda, o Governo das informações engavetadas da Governadora Yeda, o Governo que tem uma base que diz que sustenta, mas, ao mesmo tempo, faz as críticas veladas da Governadora; o Governo da Governadora Yeda, que tem o Vice-Governador Paulo Feijó, que é um dos maiores opositores ao Governo do Estado; e isso porque, certamente, o Vice-Governador Paulo Feijó - prezado Ver. Pujol, porque é do seu Partido – percebeu todas as falcatruas que rondam o Palácio Piratini! E quero, aqui, deixar à disposição dos colegas Vereadores para a análise do falso superávit da Governadora Yeda e da falcatrua que é o repasse de verbas para alguns trabalhadores, em detrimento de serviços essenciais como a Educação e a Saúde.

E queremos que a Governadora assuma o piso salarial para os professores, política implantada para todo o Brasil pelo Governo Lula, num resgate da Educação brasileira.

Então, esta é a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores ao dizer que, na análise das medidas do Governo do Estado para combater a crise, é uma nuvem de fumaça, porque os números não se sustentam, os números são em cima da falta de investimento no Rio Grande do Sul e da falta de investimento nos serviços essenciais. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu queria anunciar a presença do colega Vereador licenciado, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio Idenir Cecchim. Seja bem-vindo a esta Casa.

O Ver. Mario Manfro está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, eu sou um Vereador de primeiro mandato, vim aqui para dar a minha contribuição e sei que tenho muito que aprender com os Vereadores mais experientes. Agora, com muita certeza, tem muita coisa que eu não quero aprender, tem muita coisa que eu quero passar ao largo. O que eu tenho ouvido aqui hoje...

Povo de Porto Alegre, vocês sabiam que há problemas na Saúde? Mas só agora, nunca teve problema na Saúde! Vocês sabiam que tem de fazer fila, de madrugada, nos Postos de Saúde? Mas só agora, antes não! Vocês sabiam que, em Porto Alegre, há dificuldade para se marcar uma consulta com especialista? Mas só agora também. Estou estarrecido com esse problema na Saúde em Porto Alegre! Estou abismado! Eu não sabia que havia isso, porque nunca teve. “Nunca teve problema na Saúde”.

Outra coisa: como está doendo esse déficit zero! Como dói isso. Eu, às vezes, me sinto Deputado Estadual, porque a Governadora Yeda é muito mais comentada que o nosso Prefeito. Começou a campanha eleitoral. Como dói esse déficit zero, é impressionante. Vira e mexe, a Educação é só crítica. Outra coisa que me chama a atenção é isso, é, absolutamente, “jogar para a torcida”. Eu não quero individualizar, mas ouço discursos demagógicos, que não levam a nada. Nós falávamos aqui que temos problemas na Saúde, em Porto Alegre; todo mundo sabe. Tem, e como tem. Existe um programa federal chamando “Brasil Sorridente”, eu sou cirurgião-dentista – vocês sabiam que no Brasil o número de desdentados é equivalente à população inteira da Argentina? -, então, eu poderia vir aqui e criticar o Governo Federal. Não, tudo é relativo, vamos avançar, vamos dar sugestões, vamos tentar construir, ajudar a população de Porto Alegre. Vamos tentar construir não só um discurso negativo e nenhuma sugestão. Eu não ouvi até agora nenhuma sugestão, eu só ouço crítica. E a crítica pela crítica... Perdoem-me, mas eu não quero aprender a fazer isso, eu não vim aqui para aprender isso. Porque chegar aqui e falar como se fosse uma novidade: “Porto Alegre...” Estão usando um acidente que ocorreu hoje para dizer que existe a "ambulancioterapia". Por favor, isso sempre existiu! Aí, estão dizendo que o Ver. Aldacir Oliboni falou que há Deputados que ajudam a trazer pacientes do Interior do Estado, facilitando a internação em Porto Alegre. Sim, há; eu e V. Exª sabemos que há. Aí chamam de assistencialismo. O Bolsa Família não é assistencialismo? E, às vezes, o assistencialismo não é ruim, não. Há pessoas que precisam ser assistidas. Então, quando alguém se dispõe a fazer algo de prático, de concreto – que não é o meu caso de trazer ninguém, mas se eu pudesse... -, porque nós vamos criticar quem faz esse serviço? Então, é crítica, crítica, sempre crítica! Isso sempre existiu. Deve melhorar? É claro que deve, mas vamos dar sugestões e não só crítica pela crítica. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PPS, eu venho manifestar a nossa solidariedade e apoio ao Projeto do Ver. Beto Moesch, que propõe integração ao Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre do Salão Náutico do Mercosul. E eu queria lembrar aqui que Porto Alegre tem, por iniciativa de entidades, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciativa de ONGs e de trabalhos de voluntários, várias atividades de inclusão pela vela. Há uma atividade, que é feita pela ESEF, com meninos que são capacitados a usar os barcos à vela, que foram fornecidos, inclusive, pelo Governo Federal. São iniciativas que não propõem formar velejadores, mas, sim, cidadãos, através do esporte. Há outra iniciativa no bairro Belém Novo, um projeto de inclusão pela vela que trabalha com mais de 50 meninos e meninas da comunidade; de novo, formando cidadãos através do esporte. Nós temos dois equipamentos públicos que não estão cumprindo a sua finalidade: nós temos a marina pública, ao lado do Gasômetro, Ver. Adeli, que poderia ser um instrumento de incentivo à inclusão pelo esporte náutico; e temos também a raia náutica, que está lá no bairro Humaitá, à beira do lago Guaíba, também sem nenhuma utilidade, sem cumprir a sua finalidade nem esportiva e nem social. Nós temos iniciativas em outras cidades, como no Rio de Janeiro, através da família Grael - essa família de iatistas tão famosa no Brasil e no mundo -, que tem projetos de inclusão pela vela e, inclusive, se dispõe a ser parceira em Porto Alegre, usando a sua tecnologia, a sua metodologia já consagrada nesse tipo de projeto. Nós temos também alguns projetos, como no Clube Jangadeiros e no Veleiros do Sul, que fazem trabalhos; no Veleiros do Sul, com os meninos do Pão dos Pobres, não só praticando o esporte náutico, como sendo capacitados na construção e na adequação das embarcações.

Então, eu queria pedir ao Ver. Beto Moesch que nos ajudasse a influenciar os organizadores do Salão Náutico para que houvesse um espaço onde pudessem ser expostas as iniciativas que Porto Alegre já tem para inclusão pela vela. Isso nos daria uma oportunidade de mostrar à sociedade essas iniciativas voluntárias de dedicação extrema de algumas pessoas e que precisam ser apoiadas pelo Poder Público, tanto municipal, como estadual e federal, também pelos empresários e pela sociedade porto-alegrense. Se nós abríssemos, no Salão Náutico, que tem uma frequência muito grande de público para a apreciação dos equipamentos ali expostos, um espaço onde essas iniciativas pudessem ser demonstradas, tenho certeza de que estaríamos prestando um grande serviço não só à iniciativa desses voluntários como também à inclusão social em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde – não entendi o motivo do “ai-ai-ai”, Verª Maria Celeste! -, quero chamar a atenção de todos os senhores para o que aconteceu aqui em Porto Alegre. Aqui tenho a chamada do jornal Zero Hora: “Flagrante de agressão sob ponte do Dilúvio. Homem é quase morto a pauladas e pedradas por moradores de rua no cruzamento de avenidas em Porto Alegre”. Nós discutimos tantas coisas, criticamos a Governadora Yeda para lá e para cá, mas esquecemos de cuidar exatamente do nosso maior patrimônio, que são os moradores de Porto Alegre, e um desses moradores, ainda que seja morador de rua, quase foi morto.

Isso vem para chamar a atenção daquelas pessoas que ainda acham que a Brigada Militar não deve participar de ações quando o assunto é moradores de rua. Eu já falei aqui nesta tribuna e quero repetir que alguns que hoje moram sob os viadutos, Ver. DJ Cássia, necessitam do atendimento do Governo; outros são malandros, bandidos que estão escondidos sob os viadutos e atacam as pessoas nas sinaleiras, os pedestres, e acabam cometendo atos como esse aqui, uma agressão em que quase mataram um rapaz. Para eles, nesse momento, existia a pena de morte: sentenciaram o homem a morrer, e iriam matá-lo se não houvesse a intervenção de um PM que passava pelo local.

Essa situação, senhoras e senhores, não brotou neste Governo; e vem aumentando o número de moradores de rua. A última pesquisa apontou que o número de crianças e adolescentes diminuiu, mas eu vou ser bem franco com todos os senhores: neste momento, pesquisa não quer dizer nada. O que importa para nós, legisladores, neste momento, é o que temos visto todos os dias, como essa cena de quase matarem um cidadão que vem sofrendo porque se tornou um usuário de crack, um usuário de droga. Muitas vezes temos dito que o maior patrimônio desta Cidade é o morador, é o porto-alegrense! E nós, infelizmente, temos visto e ouvido pouca discussão sobre o nosso maior patrimônio, que são os moradores desta Cidade. Sobre a questão dessa situação dessas pessoas que vivem sob os viadutos, nas ruas, nós temos que sentar, como legisladores, com o Ministério Público e com a Brigada Militar e procurar alternativas: e eu quero ver, nesse momento, a manifestação das pessoas que acham que a Brigada Militar não deve intervir na situação dos moradores de rua! Há necessitados morando nas ruas, mas há bandidos também morando nas ruas, pessoas que não podem estar soltas aí! Ver. Brasinha, nós precisamos fazer uma divisão, precisamos separar quem necessita e quem não necessita do auxílio do Governo! Tem que haver essa separação! Por isso eu peço novamente aqui o apoio para que uma Comissão Especial seja formada para tratarmos sobre os moradores de ruas e os pedintes nas sinaleiras! Até quando vamos tapar os nossos olhos e fazer de conta que não percebemos que estão cometendo o crime de constrangimento todos os dias na nossa Cidade? Vamos esperar motoristas morrerem? Vamos esperar alguém que more debaixo dos viadutos morrer, para daí, então, fazermos um maior drama para ganharmos espaço?!

Senhoras e senhores, é hora de pararmos agora, chamarmos o Ministério Público, chamarmos a Brigada Militar, escondermos nossas bandeiras no fundo de nossas gavetas e resolvermos essa situação. Há muita gente na rua, e nós precisamos nos unir para resolver esse problema. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vejam só que eu imaginava que eu deveria vir à tribuna para dar o esclarecimento de que eu não tenho nenhum compromisso com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul que me leve a assumir os seus acertos como conquista minha, e os seus desacertos como responsabilidade minha, mas sou solidário à manifestação do Líder do Governo quando ele comenta os excessos que são cometidos. O meu Partido, que foi excluído do Governo do Estado, há pouco assinou um manifesto de solidariedade à Governadora pelos excessos numa campanha que era feita com relação a ela, o que desqualifica o trabalho da oposição e transforma a crítica, que deveria ser realizadora de uma melhoria e de acerto, em algo que se esvazia por si só. Mais do que falar nisso, o Ver. Nilo Santos me chama para um assunto que eu considero de relevância absoluta no atual momento da cidade de Porto Alegre. Aliás, eu falei com o Ver. Adeli Sell a esse respeito, como também falei com o jovem Vereador Marcello Chiodo, que se encontra conosco, porque, Vereador, esses incidentes que V. Exª aqui da tribuna lamentou ocorrem em grande quantidade nas proximidades da área central de Porto Alegre. Ainda no último sábado tive a oportunidade de ver uma situação trágica: um cidadão que conheço há muito tempo, residente da área central, agrediu um morador de rua que ficou sangrando. Aí se estabeleceu uma polêmica: ora uns favoráveis ao agressor, ora outros contra o agressor.

Essa situação tem que ter um estancamento. O Ministério Público tem que abrir espaço para que os agentes sociais possam atuar, a FASC, enfim, os órgãos do Governo do Estado que trabalham nessa área. Até porque o problema está chegando bem perto do Palácio Piratini. Daqui a pouco vão deixar de acampar lá no Largo dos Açorianos e vão acampar na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, porque é uma liberdade...! Eu não exagero em dizer que, nessas últimas noites quentes, na Praça Daltro Filho, antiga Praça do Capitólio, mais de uma dezena de pessoas pernoitaram naquele local. Pernoitam ali na Rua Cel. Genuíno, na entrada da Caixa Econômica Federal, pernoitam em tudo que é lugar; têm residência fixa no Centro da Cidade e não são tributados.

Acho que a nossa sensibilidade, para o problema humano que isso envolve, não pode nos cegar diante da necessidade de se dar um basta a essa situação, porque senão isso vai se avolumar de tal ordem que em breve vai haver um conflito urbano estabelecido na Cidade: de um lado a sociedade organizada e, do outro, o morador de rua.

Eu falava, Ver. Marcello, de um assunto que nós temos conversado com muita intensidade que é a necessidade de regrarmos, tomarmos posição, atitude quanto aos excessos que os chamados “moradores de rua” estão fazendo na área central de Porto Alegre. V. Exª tem um estabelecimento comercial, onde na porta com frequência existem pessoas, falsos mendigos, que agridem as pessoas que não contribuem com eles. Até já conhecem as pessoas nominalmente, Ver. Dr. Raul: “Como vais, fulano? Tu és Vereador, estás ganhado e não nos ajuda?!" Como se tivéssemos obrigação nesse sentido.

Sr. Presidente, acho que o Ver. Nilo Santos foi muito feliz na abordagem que fez da questão, feliz e corajoso, porque ficamos “cheios de jeitinho”, Ver. Haroldo, “Ah, não vamos falar isso, porque não é politicamente correto.” Politicamente correto é cegar diante desse fato, é calar diante desse fato, é não se manifestar diante dessa situação. Tem o Ver. Nilo Santos o meu mais integral apoio, e certamente nós vamos fazer uma corrente no sentido de, pela persuasão, pela insistência, pela persistência, conseguirmos atitudes concretas para enfrentar esse problema. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, V. Exª Pujol.

O Ver. João Pancinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente dos trabalhos na Sessão de hoje, Ver. Adeli Sell; Vereadoras, Vereadores, público assistente, telespectadores do Canal 16, eu saúdo, em primeiro lugar, a visita a esta Casa do Vereador licenciado, Secretário da SMIC, Idenir Cecchim, nosso companheiro de Partido, o PMDB. Trago aqui notícias boas para Porto Alegre. Quero aproveitar a fala do Ver. Luiz Braz, na segunda-feira passada, quando ele comentou o alagamento no Centro, em torno do Centro Popular de Compras, da Mauá e que seriam necessárias obras. Realmente, são obras de manutenção que precisam ser feitas. Ressalto que, no dia posterior, saiu na imprensa a informação da quantidade de chuva que caiu naquele momento: choveu meio mês em duas horas. Não há sistema de drenagem, no mundo, que resista a isso; mas realmente necessitamos de obras, necessitamos de investimentos.

Eu trago aqui a notícia de que o Prefeito Fogaça está no dia de hoje em Brasília, junto com alguns Secretários e Diretores do Município de Porto Alegre, buscando a agilização da liberação de recursos para esses investimentos aqui em Porto Alegre. Na área de Habitação, o Dr. Goulart acompanha a viagem, tratará da liberação dos recursos para a construção de cerca de 1.480 casas, Ver. Tessaro, para as famílias que moram nas Vilas Dique e Nazaré, o que vai possibilitar a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Também presente nessa viagem o Diretor do DMAE, Engº Presser, que trata da liberação, Ver. DJ, de 103 milhões de reais para o Pisa – Programa Integrado Socioambiental -, que vai elevar o índice de 27% para cerca de 80% o esgoto tratado aqui na cidade de Porto Alegre, transformando a nossa Capital numa das mais bem servidas em termos de tratamento do esgoto cloacal das capitais brasileiras. Também se encontra nessa viagem a Brasília, agilizando o processo de liberação de recursos, o Diretor do DEP, Ernesto Teixeira, de cerca de 48 milhões de reais, que serão usados, todos já aprovados, na instalação, reforma e ampliação de 15 obras de drenagem na cidade de Porto Alegre, dentre elas, algumas muito esperadas pela comunidade de Porto Alegre: a do bairro Sarandi, que vai tratar a questão do Arroio Sarandi; a questão da Av. São Pedro. São obras estruturais de que a comunidade de Porto Alegre necessita, e esse recurso é esperado há muitos anos.

Então, trago aqui a notícia aos telespectadores, aos ouvintes da Rádio Câmara, aos nossos Vereadores e Vereadoras dessa viagem do Prefeito Fogaça, juntamente com o Dr. Goulart, do DEMHAB, com o Engº Presser, do DMAE, com o Ernesto Teixeira, do DEP, que estão agilizando e ultimando o processo de liberação desses recursos que, sem dúvida nenhuma, elevarão a condição de vida dos porto-alegrenses com essas obras estruturais que estão sendo feitas e serão feitas no Governo Fogaça. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Senhores telespectadores da TVCâmara, temos, além da TVCâmara, a Rádio Web. O Ver. Pancinha falou muito bem, lembrando a esse respeito. Há também um processo de transformação do nosso site. Então, as pessoas podem acessar o site da Câmara, ver a TV e ouvir a Rádio Web.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, telespectadores e ouvintes dos meios de comunicação aqui da Câmara, em 2001, tive a felicidade de ter sido chamado pelo meu Partido para a Direção-Geral do DEP, e a verdade é que tínhamos, sim, recursos escassos para uma carência muito grande de obras de drenagem na Cidade. Desde que assumi, tomamos ali uma posição, até em razão das definições do Orçamento Participativo que sempre designava com baixa prioridade obras de drenagem na Cidade. Ora, se nós tínhamos baixa prioridade da população, carências elevadas de obras para a Cidade, tomei, à época, a decisão de que nós elaboraríamos, no DEP, grandes projetos de drenagem. E confesso que até ouvia comentários, dentro do próprio DEP, chamando-nos de ingênuos, um tanto quanto atrasados, que jamais se conseguiria alcançar aquelas obras que estávamos definindo. Mesmo assim, mantive aquela minha decisão e elaboramos algumas obras, grandes obras de macrodrenagem para a cidade de Porto Alegre. Falava-se, e ainda hoje se fala muito, na revitalização do 4º Distrito, e, à época, eu fazia parte de uma Comissão, no Executivo, que tratava desse 4º Distrito e da revitalização. E eu, insistentemente, dizia que era impossível – e eu morei no 4º Distrito – se pensar na revitalização do 4º Distrito, sem se pensar na questão da drenagem daquela Região toda. E, a partir dali, nós fizemos, sob o meu comando – e o Ver. Pancinha sabe disso -, o Projeto Álvaro Chaves/Goethe. Quando fora do poder, ouvi tanta bobagem, e, sem ter voz para replicar, aquilo me deixava estonteado. A verdade foi que nós, no meu período, conseguimos os recursos, elaboramos o projeto, licitamos a obra e não assinamos a obra da Álvaro Chaves/Goethe a pedido do novo Governo Municipal, do Prefeito José Fogaça. Quando o Prefeito José Fogaça assumiu, estava pronta a possibilidade de início de execução da obra Álvaro Chaves/Goethe, que beneficiou mais 100 mil pessoas no Município de Porto Alegre.

Então, quero aproveitar esta oportunidade para cumprimentar pela obra e dizer que esses projetos que agora se encaminham - São Pedro; Sarandi; Minuano; Rua Santa Terezinha, no Bairro Santana; Casa de Bomba, na Vila Farrapos; casas de bombas e melhoria de drenagem no 4° Distrito - são projetos que nós, em 2004, encaminhamos para Brasília, e agora eu vejo, com satisfação, a chegada desses recursos. Quero dizer que acreditamos e cumprimentamos, sim, o Prefeito José Fogaça. Agora, quero aqui registrar que também tenho uma participação definitiva nisso, porque, se não tivesse eu, naquela oportunidade, encaminhado os projetos a Brasília, certamente, ou dificilmente, agora, se estaria iniciando a execução dessas obras, que são, sim, significativas para a nossa cidade de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Queria chamar à Mesa o Ver. Nilo, que esteve de aniversário, para receber um cartão assinado pelo Presidente, Ver. Sebastião Melo. Solicito de todos uma boa salva de palmas ao Vereador. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega do cartão de aniversário ao Ver. Nilo Santos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h38min.)

 

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